ENTREVISTA A GESTORA DAS ROTAS

Sofia, há quanto tempo estás na Refood?

Entrei mais ou menos em setembro de 2016 por isso já estou há mais de 3 anos.

Qual é o teu cargo na gestão do núcleo?

Neste momento além de gerir o turno à terça feira, faço parte da gestão das rotas.

Desenvolve em poucas palavras a tua função enquanto gestora do núcleo.

Gerir o turno passa por garantir que todos os voluntários têm o que fazer, que tudo é feito e ajudar na resolução de problemas que aparecem. Ensinar on job os novos voluntários, garantir que as mensagens de toda a gestão do núcleo são transmitidas a todos os voluntários é também chave para o bom funcionamento do núcleo.

Gerir as rotas é garantir que todas as rotas são feitas, arranjando pessoas sos que substituem os voluntários usuais. Também tenho ligação direta para pessoas mais disponíveis que nos podem safar a ir buscar comida de eventos fora de horas, ie, fora dos horários das nossas rotas.

Se pudesses descrever a tua função numa palavra, qual seria?

Gestão de turno: organização ou gestão
Gestão de rotas: comida

O que te incentivou a começar?

Há muitos anos que andava em busca do “meu” voluntariado ideal. Algo com que realmente me identificasse. Até que um amigo me falou na Refood e na sua missão de combater o desperdício alimentar.

Em casa sou uma chata com comida em excesso! Aproveita-se tudo e comem-se as refeições necessárias a mesma ementa para evitar desperdiçar!

O que te motiva a continuar?

A causa: combater o desperdício alimentar. Ajudar quem mais precisa é uma consequência feliz.

Qual é, para ti, a principal causa que a Refood defende?

O desperdício alimentar. Apesar de muitas pessoas desconhecerem a nossa real missão.

Se tivesses de convencer alguém a experimentar, o que lhe dirias?

Que tem muito por onde escolher e nada como experimentar!

Desde lidar com os beneficiários na entrega da comida, à gestão da quantidade de comida por todas as famílias, a lavar a loiça ou a fazer rotas indo buscar a comida às fontes que é onde tudo começa!

Onde encontras força para ir à Refood nos teus dias menos bons?

Penso sempre que mesmo que não me apeteça no momento, vou chegar lá e esquecer tudo. Vou sair de lá nova. Arrisco-me a dizer que é quase como voltar do ginásio!

O que é, para ti, ser voluntário?

Defender uma causa em que acreditamos, tendo como consequências coisas bonitas e positivas. Tornar o mundo um lugar melhor.

E o que é ser voluntário da Refood?

É combater o desperdício alimentar num mundo com cada vez menos comida e mais pessoas a morrer à fome.

Ignorando questões monetárias ou de disponibilidade, se pudesses mudar ou inovar em alguma coisa na Refood, o que seria?

Ui. Esta é difícil. Gostava de ter as coisas mais automatizadas. Trabalhamos muito em papel! Mas aos poucos vamos evoluindo neste aspeto, consoante as oportunidades que nos vão aparecendo.

Onde vês a Refood daqui a 10 anos?

No mesmo sítio! Com mais núcleos abertos no país e cada vez com mais fontes novas, ie, com fontes a reconhecer o excesso de comida e a “controlarem-se” com a nossa ajuda!

Qual é, para ti, o impacto da Refood na comunidade/sociedade?

Tentar sensibilizar quanto ao desperdício alimentar,mostrando que há uma nova vida da comida antes de ir para o caixote: pode ser o jantar dos nossos beneficiários!

Sabes como nasceu a Refood?

Com o nosso grande fundador Hunter!

Depois de um jantar com as filhas que se questionaram para onde iriam as sobras. Começou com recolhas de bicicleta até abrir o primeiro núcleo!

Numa palavra, o que é a Refood para ti? Como a descreves?

Família.

Foi uma nova família que encontrei e com quem caminho lado a lado. Todos remamos a favor da mesma maré mesmo quando o mar aparenta estar contra nós.

Temos problemas e responsabilidades reais que já me fizeram crescer muito como pessoa, muito mesmo! Gosto que todas as pessoas com quem lido diariamente pertencentes a esta causa, me vejam como uma amiga, como família, e não hesitem em momento algum contactar-me.

 


in Jornal Notícias do Parque – ano XIX – NR 110

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